'Múmias' de leões revelam segredos de espécie extinta há 12 mil anos
Mesmo depois de milhares de anos presos debaixo do gelo, suas faces jovens ainda estão cobertas de pelos. É até possível ver os bigodes em suas bochechas e a ponta de suas garras.
Batizados com o nome do rio da Sibéria em que foram encontrados, Uyan e Dina são as mais completas "múmias" de leões-das-cavernas já descobertas. E podem ser a chave para aprendermos um pouco mais sobre uma espécie extinta há mais de 12 mil anos.
No verão de 2015, a inundação do rio Uyandina expôs a caverna gelada em que os filhotes de leão estavam enterrados. Por sorte, um grupo de trabalhadores estava na área buscando fósseis de mamutes. Um deles, Yakov Androsov, descobriu os restos mortais através de um buraco no gelo.
Androsov imediatamente enterrou os felinos no gelo para preservá-los. E ficou espantado com seu estado de conservação. "Pelos, pernas, caudas, orelhas, olhos e bigodes estavam preservados", conta Androsov. Ele ainda não sabe ao certo a idade das múmias, mas descobertas anteriores indicam que elas teriam cerca de 12 mil anos.
O especialista conta que a causa mais provável da morte dos pequenos leões foi um deslizamento de terra que soterrou a entrada de sua cova. Os felinos provavelmente tinham nascido há duas ou três semanas, já que ainda não tinham dentes. Isso segundo Albert Protopopov, zoólogo da Academia de Ciências da República de Sakha (Yakutia). Os animais eram do tamanho de gatos domésticos bem alimentados e Protopopov diz não saber se eles sequer tinham aberto os olhos.
Até agora, tudo o que sabemos sobre essa espécie de leão vinha de pinturas rupestres e de ossos fossilizados. Um dos maiores predadores felinos da Era do Gelo, o leão-das-cavernas veio da África para a Europa há 700 mil anos, gradualmente se espalhando para a Eurásia. Do tamanho de um tigre siberiano moderno (3,3m de comprimento), o leão-das-cavernas teve uma presença dominante e circulou por áreas tão diversas como as Ilhas Britânicas e o Canadá.
Planos para um estudo mais compreensivo das múmias estão em andamento e cientistas ao redor do mundo ansiosos para contribuir. Além de determinar a idade certa dos filhotes, Protopopov espera que os estudos lancem luz sobre hábitos, famílias e nutrição, bem como a origem da espécie.
Valery Plotnikov, pesquisador-chefe da academia, tem até planejada uma expedição para explorar melhor a área em que os leões foram encontrados.
11/12/15 14:03 comentem
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